Guiri Reyes - Entrevista
"Guiri Reyes, 18 anos, nasceu em Curitiba/PR, sendo registrado em Porto Alegre/RS, mas desde que nasceu é morador da Praia do Rosa, em Garopaba/SC.
Morando na beira de um dos paraísos do surf nacional, Guiri se destaca com outra prancha, a do skate.
Vamos conhecer um pouco sobre a sua estória e a que vêm escrevendo, onde sempre se destaca nos campeonatos amadores de Santa Catarina". (Fernando Arata)
Fernando Arata: Quando você começou a praticar o esporte já morava na Praia do Rosa? Nunca pensou em surfar tendo no “quintal” de casa um dos melhores lugares do Brasil para a prática do surf?
Guiri Reyes: Sempre tive casa no Rosa, mas morei um tempo em Porto Alegre onde fui registrado. Conheci o skate aos 7 anos, mas o interesse foi se desenvolver apenas aos 11 anos. Morando no Rosa eu não tinha muita opção de onde andar, já tentei surfar antes mesmo de andar de skate, mas acho que minha ligação com o mar no sentido de surf não é a mesma que com o skate, todos os meus amigos de infância são surfistas, alguns até já são profissionais.
Fernando Arata: Como são seus treinos? Existem próximos a sua casa lugares apropriados?
Guiri Reyes: Quando eu ainda estava na escola, a partir do 2º grau estudava no período, então pegava o ônibus da Praia do Rosa até a Garopaba, onde ficava a tarde toda na pista até hora antes de ir a escola. Era sempre assim, mesmo quando não tinha ninguém na pista, sendo por um bom tempo difícil de evoluir por não ter parceiros de “role” que me motivassem, ou mesmo, que tivessem “mais nível” pra eu aprender. Mas sempre viajei para andar em outros lugares quando era possível. Ultimamente quase não vou mais a Garopaba, apesar de ser uma boa pista para pegar “uma base”. Enquanto não estou na Praia do Rosa, estou sempre andando de skate em outras cidades.
Fernando Arata: Para a sua evolução no esporte o que você acha que falta? Você mora em uma cidade que não têm uma tradição no esporte, até onde acha que isso influencia no seu desenvolvimento? Você acredita que skate é um esporte individual onde só depende do esforço do praticante para o seu aperfeiçoamento, independente das condições que são impostas pelo local onde se pratica?
Guiri Reyes: Se a gente tem apenas “um” objetivo pra seguir, a evolução é constante, mas quando esse objetivo se dispersa em vários fica mais demorado. Tudo que faço é com muita dedicação, skate é além de tudo um grande prazer.
É um pouco complicado morar onde “não existe” skate, por isso sempre estou viajando, até mesma aqui no lado, em Florianópolis, apenas para andar num lugar diferente. Ando em outros lugares como Criciúma, Porto Alegre e Curitiba, que são os principais, é sempre bom andar com outras pessoas e em lugares diferentes.
Skate é um esporte individual por que só depende de você para fazer o que quer, mas também é social por que envolve convivência, relacionamento, atividades com outras pessoas, e sinceramente, é muito complicado andar de skate sozinho, ainda mais quando não se tem muita noção do que se está fazendo. Se você anda com alguém com um nível melhor, é grande a possibilidade de você aprender rápido.
Fernando Arata: Sei que você é vegetariano, acha que isso ajuda em seu desempenho? Nos conte mais sobre a sua opção alimentar.
Guiri Reyes: Antes de nascer, meus pais já eram adeptos e vegetarianos, isso faz parte da minha vida. Realmente ajuda no desempenho, pois uma alimentação boa é essencial pra ter energia para estar andando “direto” de skate. Minha família toda é vegetariana, nos seguimos à filosofia de vida Hindu Hare Krishna. Além de ser uma opção saudável conscientiza as pessoas à não violência contra os animais.
Fernando Arata: Há alguma outra atividade que pratica que acredita que também ajude quando está andando de skate? Como o Le Parkour.
Guiri Reyes: (risos) LeParkour é muito bom, pratiquei um pouco principalmente pra aprender a cair de uma maneira que não machuque tanto. Além disso, academia pode ajudar bastante, o corpo fica com maior resistência e fortalecido, tornando mais difícil se machucar gravemente como romper tendões e outros.
Fernando Arata: Sua irmã mora na Argentina, e quando você a visita sempre leva o skate para andar lá e participar dos campeonatos. Conte-nos como você foi recebido na primeira vez e como é tratado pelos argentinos. E o nível do skate de lá é parecido com o nosso?
Guiri Reyes: “Corri” alguns campeonatos na Argentina. A galera é muito receptiva, ficam sempre fazendo um monte de perguntas, querendo saber como é onde eu ando e tal (risos). Quando vou para a Argentina sempre me encontro com a galera que movimenta o skate por lá. Argentina é um lugar onde tem muito “pico” para andar, além das pistas serem de nível muito bom. Acho que as únicas do Brasil que se comparam com as da Argentina são as da Drop e Qix. Os campeonatos não são tão grandes como os brasileiros, pois não tem muita gente que anda, mas o nível é alto e a galera é muito “atirada”.
Fernando Arata: O que representa a você participar de um campeonato? Você acha que é a melhor maneira de “ser visto”? Você tem algum patrocínio?
Guiri Reyes: Existem varias maneiras de se destacar no skate e campeonato é apenas mais uma delas. Quem mora em cidade está mais na atividade por fora dos campeonatos, nas correrias das fotos e vídeos.
Eu não tenho patrocínio, ganho um apoio com ajuda de material da Mormaii, por enquanto.
Fernando Arata: Sua Família te apóia a andar de skate e nas outras coisas que realiza? O quanto isso é importante para você?
Guiri Reyes: Isso é simplesmente o mais importante pra mim. Minha família sempre me apoiou no que eu queria fazer.
Fernando Arata: Com o skate aonde você espera chegar?
Guiri Reyes: Como todo mundo que anda de skate por que realmente gosta, espero me tornar profissional. É como uma faculdade, quem gosta muito de estudar, estuda o que gosta pra se tornar um profissional e fazer aquilo que sonha.
Fernando Arata: Trocando de assunto sei que é um excelente fotógrafo. Fala pra gente quando e por que começou a fotografar? Sei que leva isso muito a sério, já está trabalhando nessa área? Pretende um dia viver da fotografia?
Guiri Reyes: Sempre tive muita vontade de fotografar, desde pequeno, com 13 anos aprendi a usar uma câmera digital e comecei a curtir e incomodar meu pai até ganhar a minha.
Depois disso foi se desenvolvendo o interesse maior e comecei a pesquisar sobre o assunto, ler na internet, revistas pra aprender a técnica de saber fotografar. Hoje trabalho com isso e faço todo tipo de fotografia, baladas, aniversários, etc. Eu gosto de fotografar não importando o ambiente, sempre se encontra uma imagem que eterniza aquele momento, onde a pessoa vai olhar a foto e vai se lembrar de como ela passou aquele momento.
Viver da fotografia é uma possibilidade, tem gente com mais de 50 anos que ainda vive de fotografia, é uma coisa que pode levar pra vida toda com você.
Fernando Arata: Você pretende se “aventurar” na fotografia de skate? O que difere fotografar manobras de skate dos outros tipos de fotografia?
Guiri Reyes: Gosto muito de fotografar skate. O que difere a fotografia de skate dos outros tipos de fotografia é saber pegar o momento da manobra, tem que conhecer o skate, é um pouco difícil alguém que não anda ou nem conhece muito sobre skate fotografar um momento bom.
Fernando Arata: E sua nova experiência como modelo? Pretende realizar mais trabalhos nessa área?
Guiri Reyes: (risos) o que aparecer eu faço. Mas não é uma opção de vida pra mim.
Fernando Arata: Conte como você é sem o skate nos pés?
Guiri Reyes: Skate já faz parte da minha vida, acho que se eu não andasse de skate ia fazer algum outro esporte semelhante.
Fernando Arata: Para finalizar mande o seu recado.
Guiri Reyes: 3 palavras: respeito, humildade e perseverança.
Guiri Reyes
Para conhecer um pouco mais sobre Guiri Reyes, acesse:
Orkut: http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=8137578315868525772
Flickr: http://www.flickr.com/photos/grrphoto/
Fotolog: http://www.fotolog.com/photo_utopia
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Por: Fernando Faisca
